Soneto do Ébrio
Perguntareis: “- irmão fiel, por que bebes tanto?”!
Beber é, antes de tudo, filosofia
Do alegre, do feliz, enquanto.
Segue o sóbrio o ócio da vida vazia,
Sigo eu, ébrio, rindo de canto em canto.
Dos antigos gregos, se conheceis, bebia
Poderoso Baco dum barril vazio e santo;
De Hebe, o vinho mágico rejuvenescia...
E o quero eu, mortal que sou ? Quero nada!!
Quero, quando da morte a foice roçar-me a testa,
Meu recesso com muito riso e em festa;
Com saudades, porém sem lágrimas, minha amada
Ver depositar em minha boca desfalecida
Um beijo e o último gole que eu beber na vida
(Adilson Hilário)
Nenhum comentário:
Postar um comentário