quarta-feira, 18 de agosto de 2010

o poema em Teu corpo

falas com o corpo,
quando escreves e neste escrever
falas serenamente;

escreves com a mente
o que a mão tenta esconder
e quando é chegada a hora do anoitecer,
calas com o verso o que a boca tenta conter...

teu verso fala e é claro esse falar!
sei que me queres contar
que teu corpo não guarda mais tanto querer

e por tanto pensar e sofrer
te queres ocultar numa rima qualquer.

por seres mulher temes a noite volver
o ritmo noturno quando sonhar
é querer se dar menos que receber.

Todo sonhar é um novo acontecer
quando acontece de se perder
na cama de um outro qualquer

que no teu beijo mulher sem pudor
venha morrer de um silencioso querer

nessa dor de se saber objeto
flor aberta a qualquer inseto
que o seu pólen tenta sorver...

te sentes mulher e como quiser
te sentir deverás omitir
em teu verso a magia
de ter entre as pernas a gruta vazia

que deixa de ser sexo para ser poesia

que se entrega numa noite qualquer

por ser menos poema que mulher



adilson hilário

2 comentários:

  1. Parabéns, Poeta. Uma poesia repleta de sensualidade sutil, bem trabalhada. Resultado brilhante. Parabéns!

    ResponderExcluir
  2. Roubei palavras de um livro, mas elas fugiram de mim. Questionamentos invadiram minha mente exclamativa.
    Fechei o livro o mais depressa que pude na esperança de detê-las... só me restaram as incoerências.

    (Agamenon Troyan)
    ========================================
    GRUPO ACADEMIA MACHADENSE DE LETRAS. É só acessar e seguir este grupo no Facebook). Participe enviando seus poemas, contos, crônicas, biografias culturais, projetos, eventos culturais, textos, sugestões de discos, livros, filmes, autores, etc. https://www.facebook.com/groups/149884331847903/

    ResponderExcluir